Quem pensa que já viu tudo nesta vida, engana-se, ainda mais se tiver que usar óculos depois dos 40 anos.
É estranho as vistas cansarem e com o passar do tempo adquirirmos uma dificuldade para enxergarmos as coisas.
Primeiro começa-se a procurar o foco, distancia-se o livro, o jornal, dos olhos até que as letras fiquem legíveis. Depois somos obrigados a procurar um oftalmo pois só encontramos o foco quando colocamos o jornal na sala e vamos à cozinha para lê-lo.
Exames, exames, idas e vindas ao consultório e o diagnóstico está pronto:
Olho esquerdo tantos graus, olho direito tantos.
Peregrinação pelas óticas. Óculos comprado, graus para perto, graus para longe, busca de adaptação e, pronto.
Ledo engano.
O óculos perturba, marca o nariz, pressiona as orelhas, cai, embaça, molha na chuva, tonteia, dá uma ar de mais velho, dificulta a leitura de perto, dificulta a leitura de longe...
É um caos.
Isto sem falar nas armações, um estilo mais moderno, outro mais conservador, ortodoxo, contemporâneo, que a linda atendente da ótica quer te vender, elogiando teu belo rosto e a fácil adaptação a todos os estilos.
É um caos, mas a necessidade te força a buscar meios de conciliação e quando pensas que já te adaptastes ao "ajudante de visão", que já vês melhor, e as imagens estão bem focadas, vem o médico, doutor, oftalmo, e te oferece lentes de contato, expondo 1001 vantagens, estética, praticidade, preço, originalidade... e planta aquela dúvida na tua mente:
Trocar ou não trocar?
Eis a questão para um próximo texto...